domingo, 26 de outubro de 2008

Percebi que ser clown é muito mais do que apenas sorrir.
Muito mais do que fazer sorrir.
É muito mais do que querer, é simplesmente ser.
Ser quem sou na minha essência, no meu íntimo.

É preciso desatar os nós da alma,
deixar fluir o que está por trás dos olhos;
fugir o que está aprisionado no coração.

Não quero ser culpada, nem insegura,
medrosa, louca,
muito menos cínica.
Mas sou.

Depois do corte nada mais me pertence,
da queda, pra terra faz presente.

A vida está em minhas mãos
a qual fechada se torna um ponto
e aberta, o infinito.

sábado, 18 de outubro de 2008

SABER.DO.RIA

Saborear o que me vem

Sabor.e.ar do que me s.ai

Sabedoria

Saber.doía

Não v.ia

Me vi

Não vim

Saber doía

E ai.nda dói

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

"Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos.
Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada.
Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade.
Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo.
Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável.
Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava.
Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.
Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.
Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto.
Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.
Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade.
Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas.
Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente.
Cada um vai ter que descobrir sozinho.
E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém"

(John Lennon)

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Meu amor anda maltratado.
Surrado, falido, falado.
De rasuras tantas,
que de gasto e farto
já nem se levanta
e mal se apruma.
De alegria já nenhuma,
com sulcos profundos
e definitivos;
com medos cativos
e sublinhados.
Mas é preciso não subestimá-lo pois, quando quase murcho e moribundo,
ele é capaz de reerguer o afeto
e sob o beijo do amante predileto
reinventar o mundo.